Tempo,

Entre ciclos corres na tua exatidão. És preciso na tua forma concebida ao dar um significado de produção. São 9h, são 10h, são 19h. Não há tempo. Continuas a rodar entre um eixo contínuo e entre a explicação humana que se define em números. Não me revejo neste tempo. Somos tratados como máquinas não pensantes que rasgam a sua forma até ao momento de não ter tempo. De viver para produzir, mecanizar, correr contigo e contra ti. Não há tempo, oiço entre conversas. O céu encontra-se nublado como uma manhã marcada por um peso sinistro. O ar parece diferente e os pássaros continuam a cantar. A Humanidade quebra-se a si própria, enquanto que a rotação continua e o tempo corre. Andas de decisão em decisão, em mentes que ditam o passado, presente e o futuro.  Um tempo de cisne negro que visita a nossa Era. Algo disfarça esta busca por controlo. Esta necessidade de te justificar e ser individual, um solo constante. Busca-se o controlo, uma razão tangível, para os factos. Mas tu simplesmente passas na simplicidade metódica do teu bater.
Mergulhada no teu oceano em que oiço o sino na igreja a dar badaladas. Uma espécie de companhia que se traduz num ritmo, num coro falso. Elas dizem-me que são horas de almoçar, é tempo de arrumar. É tempo de trabalhar. É tempo, tempo, tempo. Rodo no teu sentido. Sou ponteiro descontrolado nos teus números que nada me dizem, só me ditam.

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Amor,