Fora de controle.
O fora do controle é algo que nos incomoda, traz desconforto e pânico. No entanto, há quem diga que quando nos encontramos perto da morte, abre espaço para a aceitar e nesse momento há uma viragem de reconhecimento da própria existência do corpo, em relação a si e ao mundo.
Há um medo constante de que não é possível criar uma justificação. Há sempre uma tendência para relacionar com informação adquirida. Quase como se para conseguir visualizar um cisne negro seria preciso uma tela branca em relação a todo o conhecimento do mundo e à percepção de nós mesmos, elementos construídos mediante uma sociedade que só conhecemos como esta. O fora do controle é algo que nos incomoda, traz desconforto e pânico. No entanto, há quem diga que quando nos encontramos perto da morte, abre espaço para a aceitar e nesse momento há uma viragem de reconhecimento da própria existência do corpo, em relação a si e ao mundo. Será que se pode dizer que quando aceitamos a probabilidade do improvável há uma calma intrínseca sem pedir pelo controle que nos foi alimentado como uma necessidade básica? Quase que poderíamos referir que a aceitação traz consigo uma calma, uma paz interior. Uma mudança real e insignificante da nossa existência. Como se fossemos mais um elemento deste Universo que passou por esta vida para a celebrar da melhor forma como a soube viver, consoante as suas limitações e formas de estar, a filosofia da vida, da passagem por este momento que aconteceu e surgiu. Um resumo deste mundo que se leva para uma dimensão não explicada de um submundo desconhecido, seja ele transportado para um negro sem fim ou por outras vidas. Será que a nossa própria existência humana é um cisne negro? Um elemento aleatório e imprevisível que surgiu neste Espaço. Como tal é tão assustador que levamos milhares de anos à procura de respostas para o surgimento da humanidade. Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Vale a pena gastar energia em tais procuras? Lamentando a busca de um conhecimento desenfreado há um esquecimento da própria essência. O agora. Somos o maior inimigo de nós mesmos. Capazes de acabar com esta Vida que nos foi aleatoriamente concebida por algo inexplicável que não a celebramos nem nutrimos. O amar, a empatia, o calçar o sapato do outro que é uma continuação do próprio corpo. De uma energia invisível que nos liga entre milhares de sinapses. E nos estimula diariamente. Estímulos que nos criam reações e respostas no nosso próprio corpo e no do outro. O próprio ambiente que rodeia comporta esse output/input que tem repercussões no nosso comportamento e ações. Psicólogos, antropólogos e pedagogos referem há centenas de anos as camadas que nos circundam, como nos influenciam e vice versa. Sublinham nos seus estudos a importância do crescimento e desenvolvimento humano desde a latência até à adolescência. Em idade adulta torna-se uma fase ambígua, quase como se as tais camadas fossem esquecidas e haja um escudo criado. Há uma estagnação, um vazio de explicações. Há uma linha de fim sem necessidade de explorar o próprio desenvolvimento, como se tivesse chegado ao seu auge máximo. Falam sobre terapias e psicodramas, como psicotrópicos e retalinas, na mesma frase, sem qualquer pudor. Não há problema. É a nossa própria aceitação que a vida adulta fora montada desta forma para suportar este corpo que já não é um corpo. É um objeto. Um elemento útil para esta sociedade de poder. Útil, de uso. De descarte. De inútil, insatisfação. Uma miragem de necessidade pensada que preenche um vazio.
8 minutos.
A essência de sobreviver, é sentir. Expelir tudo o que suga. Não é sentir pequenez e arrependimento ou competição. Ou desejo pelo amanhã. É o agora. São 8 minutos, um pensamento que fica congelado entre mensagens.
É estranho quanto mais tempo passa mais um vácuo fica. Desabafos foram trocados e pensamentos profundos compartilhados. Derramo pela necessidade de um "olá", "como estás?", sem saber se haverá resposta do outro lado. Dessa forma, fico estagnada entre a sensação de voltar a dizer algo. Como o sexo torna tudo, de certa forma, mais complexo. Não pergunto se há a possibilidade de um copo, porque a resposta pode ser um possível não. Não escrevo as maiores parvoíces que se cruzam na minha mente, porque pode haver sempre outras interpretações. Sinto entre o impasse da minha razão versus emoção. Não me sinto a comprometer com tudo isto que escrevo. Conexões nutridas são aquelas regadas, não esquecidas. Entre a chuva a cair dou por mim a reler livros que me suscitaram o prazer pela escrita. Eles são histórias de amor sempre com um fim, não aquele do "felizes para sempre", mas "alguém morreu" ou "o dia nunca foi o dia".
8 minutos. Sabias que 8 minutos é o suficente do tempo para comunicar com alguém, para perguntar como a pessoa está? Alguém do outro lado também quer ouvir a tua voz.
O medo de conexões parece um compromisso, deste mundo, tão longínquo de alcançar. Entre e contra o tempo se perdem com a desculpa de um trabalho forçado obrigado. De certeza que não é tal que se leva para a cova (ou seja o que for feito com o nosso corpo sem a alma). Talvez, nem valha pensar em tal facto. Realmente o que interessa? O tempo que virá? Aquele que passou? Ou o presente? Aquela conversa, aquele mimo, aquela mão e ombro que se congela por segundos. Não há um compromisso de conexões, simplesmente é a natureza da existência humana. A essência de sobreviver, é sentir. Expelir tudo o que suga. Não é sentir pequenez e arrependimento ou competição. Ou desejo pelo amanhã. É o agora. São 8 minutos, um pensamento que fica congelado entre mensagens. 8 minutos é o tempo contado que se consome ao carregar num número e pensar que há alguém do outro lado. Talvez seja mesmo só uma conversa. Um choro em conjunto. Uma gargalhada dos calabouços do ventre. 8 minutos de compaixão e cumplicidades de um momento. Esses minutos que se perpetuam num continuo desejo de ramificações. 8 minutos de um tempo que parece finito, mas não se expande num vácuo de vozes por dizer. Escrevo este desabafo de chegar a ti, no sentido em que quando digo, já não tenho isto há algum tempo é uma realidade. Não é um mês. São dois anos. Entre esse espaço de tempo já não o tinha com quem tive que deixar para trás. Possa parecer demasiado da minha parte, talvez. (Sou feita de rasgos.) Este meu pedido não é um para sempre ou amanhã, é um agora, 8 minutos.
Pergunto, tens 8 minutos?
Talvez preciso só mesmo de um amigo, para estar em as minhas leituras solitárias e o café a aquecer a alma. Entre gargalhadas e choros fico entre o som da música que trespassa o meu corpo como uma faca. Não sei se é ainda pelo sangue que corre em mim ou uma mera palavra esquecida. Pela primeira vez abro um espaço desta minha armadura e fica esquecida no tempo sem resposta. Ficar a espairecer entre o tempo por contar a olhar para um teto pintado de branco.
Corpo meu, é meu
Comes poder, vomitas conflitos e proliferas palavras sem pudor. Sentado tu nessa poltrona apontas o dedo de facilitismos. Jogo sujo ditas sem caminhar descalço. Brincas com os corpos que não são teus. Defines posturas somente tuas.
O meu corpo, cuido eu. Proclamo em mim. Ele é a forma da minha alma colocada neste Mundo. Ele tem posição. Ele tem ondas, ele é uma continuação de todo o meu pensamento e expressão. Quem és tu para definires os meus limites? Quem és tu para dizeres que a minha condição de mulher é um entrave? Quem és tu para ditares que passo de mão em mão sem escolhas no meu caminho? Não me tapo. Não me calo. Não aceito que me acuses de louca quando só pinto os meus lábios de vermelho. Irreverente posso-me tornar e não te peço permissão. Não peço desculpas. Não peço nem suplico que me ames como se houvesse esta necessidade constante de te agradar. Amor tóxico. Não sou o teu muro. Não sou a tua consciência, essa já a deverias ter assumido. Sou o fundo da minha minha palavra que grita por mim mesma, pela liberdade autêntica do meu corpo sem as amarras culturais impostas. Voo em desespero pelas vozes que vomitam dor, mágoa e saudade. Que ficam presas pelo vento e não têm espaço para se ouvir. Nomes se perdem entre tecidos e prisões do corpo. Mamas me definem. Vagina me conduz. Mas é isso que fala por mim? Vês-me, mas não me vês. Sentes, mas só me sentes? O que é isto de ser mulher? Camadas construídas de percepções em medo que o meu poder possa ser maior que o teu? Inferioridade questionas tu. Errado, meu caro. O problema encontra-se nesta batalha constante que é uma necessidade somente tua! Comes poder, vomitas conflitos e proliferas palavras sem pudor. Sentado tu nessa poltrona apontas o dedo de facilitismos. Jogo sujo ditas sem caminhar descalço. Brincas com os corpos que não são teus. Defines posturas somente tuas. Jogo de mentiras, sujo em que não entro. Esse é o teu problema que bombardeaste no Mundo. Um Mundo que definiste por Lei. Não sou pátria nem família. Nem terra nem pavio. Sou água, sou vento, sou árvore. Sou livre de pensamento. Corpo meu é Meu.
Nós.
Memórias que quero marcar a tua presença e a enaltecer sem continuar a chorar de mágoa, de angústia por já não te sentir nesta realidade. Acolhe-me, ele diz. Rega-me, ele responde. Nutre-me, ele sublinha. Pede uma continuação na germinação que deixou neste solo.
Um nó. Dois nós. Três nós. Tantos nós que invadem o meu corpo. Eles entrelaçam-se na minha garganta e envolvem-se em ruídos que só eu os oiço. Gritam em silêncio entre amarras que desejam por uma luz. Germinam entre revolta a dor da perda. Surgem caras, olhos, bocas narizes e formas. Ganham uma dimensão de pedido de socorro. Germinam continuidade. Desenvolvem altos como crosta que se libertam de dentro para fora. De um interior que pede para ser visto. De um Ser que está em constante mutação e desconstrução. De uma perda que criou raízes profundas de dor que pedem por uma esperança. Sobrevivo. Ainda estou aqui. Marcas de um recomeço entre a perda de te deixar meu pai. Memórias que quero marcar a tua presença e a enaltecer sem continuar a chorar de mágoa, de angústia por já não te sentir nesta realidade. Acolhe-me, ele diz. Rega-me, ele responde. Nutre-me, ele sublinha. Pede uma continuação na germinação que deixou neste solo. Ligações criadas de uma cura que me cria uma procura. Um nó, dois nós, três nós. Ainda não me sinto preparada para te deixar ir. O meu amor agarra-se a ti. Faço parte da tua forma que deixaste para trás. Pai, onde estás? Adormeço e mergulho em sonhos acordados contigo, choro com perturbações neuróticas do teu pesadelo. Sinto o teu sofrimento de vida que levou para outros caminhos. Este nó não se desamarra. Olho entre as texturas que me deixaste. Procuro um colo. Uma caricia. Um toque de volta, um abismo sem fim em que não te encontro. Não consigo exprimir um amor que ficou pelo caminho, um telefonema em que a tua voz parece cada vez mais distante. Ainda te oiço ao longe. Ainda te vejo com o mesmo sorriso. Ainda sinto o teu abraço. Ainda me embrulho nas nossas conversas. Onde estás pai? Um nó. Dois nós. Três nós. Gritos em silêncio que ecoam entre o meu movimento. Costuro. Continuo. Amarro entre linhas de emoções adormecidas na tua perda que me obrigam a continuar. Calco-me. Revolto-me. Onde estás?
Tempo,
Andas de decisão em decisão, em mentes que ditam o passado, presente e o futuro. Um tempo de cisne negro que visita a nossa Era. Algo disfarça esta busca por controlo. Esta necessidade de te justificar e ser individual, um solo constante.
Entre ciclos corres na tua exatidão. És preciso na tua forma concebida ao dar um significado de produção. São 9h, são 10h, são 19h. Não há tempo. Continuas a rodar entre um eixo contínuo e entre a explicação humana que se define em números. Não me revejo neste tempo. Somos tratados como máquinas não pensantes que rasgam a sua forma até ao momento de não ter tempo. De viver para produzir, mecanizar, correr contigo e contra ti. Não há tempo, oiço entre conversas. O céu encontra-se nublado como uma manhã marcada por um peso sinistro. O ar parece diferente e os pássaros continuam a cantar. A Humanidade quebra-se a si própria, enquanto que a rotação continua e o tempo corre. Andas de decisão em decisão, em mentes que ditam o passado, presente e o futuro. Um tempo de cisne negro que visita a nossa Era. Algo disfarça esta busca por controlo. Esta necessidade de te justificar e ser individual, um solo constante. Busca-se o controlo, uma razão tangível, para os factos. Mas tu simplesmente passas na simplicidade metódica do teu bater.
Mergulhada no teu oceano em que oiço o sino na igreja a dar badaladas. Uma espécie de companhia que se traduz num ritmo, num coro falso. Elas dizem-me que são horas de almoçar, é tempo de arrumar. É tempo de trabalhar. É tempo, tempo, tempo. Rodo no teu sentido. Sou ponteiro descontrolado nos teus números que nada me dizem, só me ditam.
Amor,
Admito em voz alta o que quebrou a minha alma. Enrolo o meu corpo em loucura. Só preciso de mim.
Já me esqueci de ti. Surges em momentos que não te pedi. Tiraste-me vida, mostraste-me o que era insignificância e pequenez na minha forma. Sublinhaste a angústia de não te ver e criar o mito que a amarra fazia parte do ciclo em te amar. Perdeste os teus sentidos num copo. Deixaste borbulhar em choro e desespero silencioso. Arranjaste tempo de qualidade perdido em mais um golo. É só mais uma? Não, são só 3, mas já lá vão 5,6,7,... Como me acusas e chegas até mim. Esse dizer que eu não sou nada. Que não faço nada. Vai para a montanha. Sê o lobo solitário que desejas. No entanto, entre copos continuas. E eu, entre jantares espero e sinto uma cadeira vazia ao meu lado. Num grito, num dizer ditas que acabar com a tua vida era o que querias. Remeto para mim mesma o que fiz para induzir a isto? Amor, já não somos amor. Somos uma ligação que se perdeu entre líquidos e horas mal passadas, não apoiadas. Deixaste-me em promessas de chegar, mas a cadeira continua vazia. Preenchida ela é , com inveja, raiva e monólogos. Amor, onde nos perdemos? Onde te encontras? Não suporto. Asfixio. Amor, já não nos reconheço. Não digo que seja um fim, mas um até já. Choro pelo passado, mas o presente esquarteja o meu corpo. Já não me revejo. Já não me sinto. Perdida entre a solidão amorfo num vazio. Rasgas a ferida. Bato o pé. Afirmo a minha pessoa. Já chega desta necessidade de preencher um vazio que já se perdeu. Que faço aqui? Já não sinto nada em mim. Corro entre caminhos e as gotas da chuva escorrem pela minha pele. Sujo os pés entre a lama do campo e encosto-me entre os troncos das árvores. Procuro um desabafo. Sinto vergonha. Admito em voz alta o que quebrou a minha alma. Enrolo o meu corpo em loucura. Só preciso de mim. Isto não é amor. Amor, onde te perdi?
Morte, esta carta é para ti.
Termino esta carta para referir que quero ser uma árvore. Deixar algo em continuidade. Uma semente que é regada e nutrida pela degradação do meu corpo entre a terra que a envolve. Não para ser uma outra canção, mas para chegar à verdade absoluta, contemplativa.
Temo, entro em pânico só de pensar no ato de morrer, como sendo um término do meu corpo. Entro em respirações tépidas só de pensar que deixo de Ser. O rumo muda. Pensamentos me invadem a mente. Sabes que há diferentes formas de morrer? Posso ter controlo nas decisões da minha vida, mesmo no seu fim de ciclo? Será que realmente é um final? Morte, esta carta é para ti. Já te senti tão perto de mim. Entre a cama do Carlos, os risos Tânia, o choro das amarras do Albano como os poemas escritos pelo António. As suas vidas guardo memória, mas as suas mortes vivas ainda se encontram. Como perguntei por ti. E pensei que estarias para mim, entre surtos e gritos em silêncio passaste na minha mente sem fim. Ao te admitir abraço-te. Não que o queira, mas porque me obrigaste. O meu corpo sentiu-te e um vulto de formas como chegar a ti surgiram. O abismo de te conhecer cruzou-me entre sinapses, mas entre os dedos escorregaste-me. Parece que o ciclo da vida ainda não te quer tão perto de mim. Não faz mal, não te preocupes. Um dia hei-de chegar a ti, mas não entre surtos corporais sem controle que chamam por ti. Termino esta carta para referir que quero ser uma árvore. Deixar algo em continuidade. Uma semente que é regada e nutrida pela degradação do meu corpo entre a terra que a envolve. Não para ser uma outra canção, mas para chegar à verdade absoluta, contemplativa. Às raízes do meu Ser e aceitar. Aceitar que quero abraçar. O agora. O presente com a necessidade permanente de criar um canal. Uma estrada. Uma esperança. Pensar que há um lugar que possa continuar este ciclo, a vida. Viver. Obrigada Morte, porque sem pensar em ti, não estaria aqui.
Saudade.
Saudade é um grito em silêncio consigo própria.
Saudade remota para um passado profundo em que se via o seu amor a partir de barco para descobertas profundas, sem saber se haveria um retorno. Saudade é aquele respício nos lábios a água salgada que permanece após um mergulho no mar. Saudade é aquele vazio cheio que se sente ao lembrar de alguém que já partiu. É lágrima e sorriso. Saudade é profunda, madura. É calma e agitada. É um grito em silêncio consigo própria. Saudade é respirar fundo e sentir gratidão por ter aproveitado o momento. Saudade não é voltar atrás. É o presente que ficou atrás e já não é possível resgatar.
O desejo.
O espetáculo de luzes acelera o meu corpo. Eletrifica todo o meu ser, dou voltas e voltas a uma cama já usada por ti. Há cheiros e um misto de memórias partilhadas naqueles lençóis.
Um nó. Dois nós. Três nós. O direito, o de correr, o de marinheiro,... dou nós e mais nós com os dedos entrelaçando fio. Tento criar complexidade entre linhas. Elas são inúmeras e parecem não se cruzar, mas nó após nó formas se atingem. Criam um certo sentido nas incertezas.
Um nó, dois nós, três nós. Conto o tempo que não consigo adormecer. Está calor na cidade de Lisboa com um tempo bipolar em que oferece um espetáculo de relâmpagos em pleno Julho. Como gosto de ver trovoada. Como ela parece tão longínqua. É um momento arrebatador. Uma sensação inquietante de querer, mas não poder colar os meus lábios aos teus. Ironia do destino. Tanto tempo passou, tantas possibilidades de nos cruzar, mas foi o agora que nos envolveu. Não consigo dormir. Há um desejo proibido que o torna ainda mais apetecível. O fruto proibido é sempre o melhor, dizem. Confirmo. Confirmo que estou numa situação de tulipa negra em que a sedução, a elegância e amor proibido se torna tentador. O espetáculo de luzes acelera o meu corpo. Eletrifica todo o meu ser, dou voltas e voltas a uma cama já usada por ti. Há cheiros e um misto de memórias partilhadas naqueles lençóis. O relâmpago do desejo.